A experiência do isolamento social provocado pela pandemia provocou uma transformação nos lares mundo afora. A relação das pessoas com o seu espaço de morar foi revista e a necessidade de criação de um refúgio tornou-se prioridade. Tornou-se primordial, também, adequar o lugar a todas as novas funções que passaram a ser incorporadas nas casas e apartamentos, como trabalhar, estudar, fazer atividade física e se divertir. Conforto, segurança e versatilidade tornaram-se palavras de ordem no planejamento desse novo lar.
Para além do conforto físico, as pessoas passaram a buscar um maior conforto emocional, ajustando o foco para o que faz bem e ao que proporciona comodidade, paz e tranquilidade. A partir desse novo “morador”, construtoras reviram as plantas dos seus empreendimentos e as indústrias passaram a apostar em materiais e produtos que contribuam para atender ao desejo, cada vez mais evidente, por bem-estar.
“É fato que a pandemia fez com que mudássemos nossa percepção e nossa forma de relacionar-se com o lar. Pudemos nos atentar aos detalhes. Identificamos o que nos fazia bem e aquilo que podíamos descartar. Hoje, acima de tudo, procuramos um ambiente que reflita a nossa personalidade e essência”, considera a arquiteta Gabriela Fóes.
Confira, a seguir, as tendências que a profissional aponta como destaques para 2022.
Essencial
O descarte do supérfluo e a valorização de elementos úteis, versáteis e indispensáveis para a comodidade e conforto. O essencial também está na valorização de materiais naturais, do que é artesanal e do design autoral. As escolhas voltam-se para elementos que expressem a personalidade do morador, alinhados com seus valores e com a sua identidade.
Biofilia
Espaços amplos e abertos, com a natureza mais próxima, inserida no espaço interno. Aberturas envidraçadas para permitir o visual do espaço externo, jardins exuberantes, varandas verdejantes e plantas alçadas ao status de inestimáveis itens de decoração. Pelo bem-estar emocional, cantinhos que proporcionem momentos de relaxamento e descanso passam a ser criados nos lares.
Versatilidade
Ambientes multifuncionais também passam a ser priorizados. Essa flexibilidade é esperada também para os espaços construídos como para o mobiliário e os objetos, que devem ser cada vez mais funcionais.
“No geral, espaços muito fechados e delimitados dão lugar a diversas possibilidades dentro de um grande ambiente. Poucas paredes, ambientes flexíveis e com usos variados, funcionalidade, design e arquitetura biofílica além de espaços que prezam pelo aconchego e simplicidade são as principais tendências atuais e pós-pandemia”, relaciona Gabriela.
Anywhere office
“A previsão de um home-office dentro dos apartamentos ou casas já é uma realidade sem volta”, enfatiza a arquiteta. A partir da pandemia, o conceito de “anywhere office”, ou seja, trabalhar em qualquer lugar, ganhou o mundo, incentivado também pelo avanço tecnológico e pelos novos formatos e relações de trabalho.
As construtoras estão atentas e passaram a prever espaços adequados a essa nova dinâmica em seus empreendimentos. “A diversificação das áreas comuns dos edifícios, como lavanderia e coworking, eliminam a necessidade de alguns ambientes antes essenciais como a área de serviço. O hall de entrada pensado como um espaço de transição do mundo externo/interno entra na lista também”, pontua a arquiteta.
